sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Professor, educador e formador das novas gerações

Na comemoração do Professor pensemos um pouco na missão do professor e de todo o educador. Nós que usamos muito da Palavra como meio de educar, procuremos na Bíblia a inspiração para este dia. Busquemos a inspiração na parábola do Semeador (Mc 4, 3s, Lc 8, 5s; Mt 8, 5s)
O lavrador lançava suas sementes no campo. Parte das sementes caiu à beira do caminho. Foi pisada e as aves a comeram. Outras caíram no terreno pedregoso, onde não havia muita terra. Os grãos começaram a germinar. Mas a terra não era profunda. Logo que o sol despontou, queimaram-se, e como não tivessem raízes secaram.
Algumas sementes foram lançadas entre os espinheiros. Estes ao crescerem sufocaram os grãos que não produziram. Por fim houve sementes que caíram em terreno bom. Cresceram e desenvolveram-se. Renderam 30, 60 e cem por cento.
Jesus explica: a semente é a palavra de Deus. O caminho onde a semente cai é o que ouve a palavra de Deus e não a entende. Vem o maligno e a tira de seu coração. O terreno pedregoso é aquele que acolhe com alegria a palavra mas não têm raízes‚ é inconstante. Quando aparece algum sofrimento logo a perde.
Todo o educador lança sementes em volta de si.
Podemos dizer que para os educadores os alunos nem sempre são bons terrenos.
O terreno cheio de espinhos são os que ouvem bem a palavra, mas os cuidados da vida social, a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa. A terra boa é o que ouve a palavra e a compreende e produz fruto: cem, sessenta e trinta por cento. Sabemos também que encontramos estudantes que acolhem bem a orientação de seus professores. A Palavra de Deus nos ajuda: Para conhecer a sabedoria e a instrução. Para compreender as palavras sensatas. Para adquirir as lições do bom senso, da justiça, da retidão. Para dar aos simples o discernimento, aos adolescentes a ciência e a reflexão. Que o sábio escute e aumente seu saber. O homem inteligente adquira a prudência. (Pr 1, 2) A Palavra de Deus representa o muito amor que Deus tem para com todos. Mas nem sempre estamos em condição para que esta palavra trabalhe bem em nós.
Todos nós devemos ser os primeiros a reconhecer nossas falhas. Há ocasiões em que nos parecemos com uma estrada aberta por onde tudo passa. Distraídos com os valores da vida, perdemos o fruto da Palavra do Senhor. Em outras ocasiões somos iguais ao terreno cheio de pedras. Pedra da nossa insensibilidade, do nosso egoísmo, de nossa competição julgando e afastando pessoas do nosso caminho. Não há meio da palavra de Deus penetrar em nosso coração de pedra.
Devemos pedir ao Senhor que nos liberte de nossa insensibilidade e egoísmo.
A vida é cheia de surpresas. Por mais que tentemos valorizar a Palavra de Deus, somos ocupados com tantas coisas, preocupações, luta pela vida. Então vamos nos afastando da Palavra do Senhor ou a sufocamos dentro de nós.
Todos desejamos ser terra boa, coração sensível, mente aberta para que a luz de Deus ilumine nossos problemas, nossos projetos, nossas preocupações para realizar uma educação que prepare bem nossos alunos para um futuro melhor que o nosso..
Os educadores sabem que Deus quer e pode ajudar a cumprir também hoje esta missão não tão fácil de serem educadores das novas gerações.

sábado, 31 de julho de 2010

O Silêncio é riqueza escondida. (Adapt. Mons.P.Daher)

O silêncio amedronta muita gente.
Mas é no silêncio que podemos ouvir o essencial da vida.
Quem quiser crescer, se abrir, toda pessoa que quiser acolher o outro, deve criar ao redor de si regiões de silêncio...
É no silêncio que percebemos o que há dentro de nós.
O barulho e a confusão não levam a nada.
É no silêncio que Deus fala.
Foi no silêncio da noite que Cristo nasceu em Belém, deu novo sentido à corrida da história huma­na.
Toda a vez que Cristo desejava dialogar com o Pai, retirava-se no silêncio da montanha.
Foi no silêncio da oração que Ele escolheu os 12 apósto­los (Mc 3, 13s)
É no silêncio que Deus passa, bate à porta, entra nos corações que se abrem.
Deus gosta de falar muito baixo. É o jeito de Ele se fazer amar.
Assim foi com Abraão, o caminhante. Com Moisés, o in­tercessor do povo. Com o profeta Elias na montanha. Com Davi, o rei penitente.
Com Cristo.o orante do Pai. Com Maria, a escrava do Senhor. Com Paulo, o atleta de Cristo.
Com o místico João da Cruz. Com a ardente Teresa de Ávila,
Com a forte Teresinha de Jesus
Os momentos decisivos de nossa vida não são as horas em que falamos ou em que estamos agindo com outros.
As horas mais importantes para nós são as mais silenciosas. É no silêncio de nosso espírito que resolvemos problemas ou eles começam.
O antigo gesto de mãos postas, olhos fechados, tem sentido que os distraídos desconhecem.
Olhos fechados. Para orar, não precisa mais nada.
Olhos fechados quando sentimos que Deus está bem perto, dentro de nós na alegria e simplicidade de sua bondade misericordiosa.
Recolher-me de olhos fechados irá ensinar-me a estimar a fé e curar-me da pressa exagerada
Fecharia os olhos como quem se entrega, deixa de recear, consente em deixar-se conduzir com confiança.
Vale a pena experimentar momentos em que sozinhos, sem nenhum barulho ou preocupação, nos recolhemos para pensar um pouco. Afastando qualquer pensamento que nos possa distrair.
Nós nos sentimos tão bem em lugares ermos e aprazíveis, a sós com a natureza, sentindo tão real o palpitar da vida .

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Por que oramos? Que é orar?

Em geral pensamos que oração é fazer pedidos a Deus. Vivemos pedindo tanto que ao encontrarmos Deus, sabendo que ele é tão rico, logo pedimos alguma coisa.
Ninguém vive sem companhia, sem amizade, sem amar e ser amado. Quem só pensa no dinheiro e em seu conforto material acaba perdendo as amizades que tem. Porque não suportamos por muito tempo quem nos procura porque pode obter de nós alguma coisa e não vem porque gosta de nós.
Procurar Deus só porque ele pode dar-nos alguma coisa é tão desagradável... Orar como sinônimo só de pedir esvazia muito o sentido de oração. Nossa oração deve ser um momento de contato maior com Deus para conhecê-lo mais, para entender-nos com ele, para nos sentir como filhos queridos...
Se você entrasse num atelier de um grande pintor e visse os quadros maravilhosos que ele pintou, quadros que o tornaram famoso em todo o mundo, e, em vez de elogiar seu talento, sua sensibilidade, seu bom gosto, sua arte estupenda, você começasse a avaliar quanto custaria este ou aquele quadro, quem poderia comprar, em que palácio ficaria bem, iria dar grande decepção ao artista...
É a mesma coisa que entrar numa casa bem construída, com móveis de bom gosto, e vendo a família reunida, os pais, os filhos, os parentes, você começasse a elogiar a arquitetura da construção, seus corredores, seus armários e móveis e nem reparasse nas pessoas que lá se encontrassem.
Nós fazemos às vezes este papel com Deus. O Senhor dá -nos a nós como pessoas, presentes maravilhosos, coloca-nos neste mundo mais bonito que as telas dos mais famosos artistas, dá-nos segurança de vida com toda a organização dos seres, do equilíbrio ecológico. Se através disso eu não chegasse a concluir que Ele fez tudo isso porque me ama, não adiantou nada Ele ter projetado este universo com tanta sabedoria.
Deus não criou este mundo e a mim mesmo para afirmar que ele é todo-poderoso e capaz de coisas maravilhosas... Ele fez esta harmonia de cores, luzes e vida porque nos ama como a filhos queridos.
A oração é momento de intimidade em que eu louvo e bendigo o Senhor por seu grande amor, por sua imensa misericórdia assim manifestada com tanta generosidade. É hora de olharmos para Deus por tudo o que Ele fez por nós, por sua presença amiga e atenciosa, pela manifestação constante de que me quer bem e só quer fazer-me feliz.
E deixar-me também ser olhado por Deus...
Há mães e pais que arranjam tempo para ficar muito à vontade conversando com seus filhos. Um diante do outro se olham nos olhos como a comunicar seus sentimentos e desejos, a descobrir o que vai lá dentro do coração de cada um. Às vezes lembram coisas boas ou tristes do passado, mas principalmente tentam adivinhar as mudanças, o crescimento que os filhos estão vivendo. São momentos muito gostosos para ambos.
Este clima é que precisamos criar quando estamos em estado de oração. A calma, a paz, o estar à vontade, liberto de preocupações abrem caminho para uma comunicação de amor que transforma bastante nossas vidas.
E o que é mais precioso é que nós mais ou menos podemos programar o que fazer e dizer a Deus. Mas Deus em sua bondade e sabedoria saber comunicar-nos muito mais bens, além do que possamos imaginar. Deus tem mil maneiras de tocar nosso coração e encher-nos de muita alegria e paz.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Meu prazer é estar com os filhos dos homens (Pr 8,31)

Escolhemos para hoje Maria, sede da Sabedoria, Causa de nossa alegria, Espelho de Justiça. A afirmação de Deus: Meu prazer é estar com os filhos dos homens (Pr 8,31), realiza-se de maneira completa em Maria de Nazaré. Ela é a sede de Deus: O Senhor está contigo (Lc 1,28) Deus é sempre fonte de bens. A sabedoria é a maneira como Deus indica-nos o caminho da vida e o melhor modo de vivê-la. A Maria foi entregue a sabedoria do Pai.
Alberto, muito jovem, por força de circunstâncias, foi-se entrosando na administração da empresa de seu pai. Todos sentiam algo diferente na sua rica personalidade. Mostrou cedo discernimento diante dos problemas e achava sempre soluções rápidas e justas, agradando a todos. Firmar-nos na sabedoria dos outros é garantia de escolhas mais acertadas.
A sabedoria como dom do Espírito Santo descobre logo o que convém, facilita a execução e dá satisfação ao conseguirmos o que desejávamos. Descubramos com Maria como conduzir nossa vida em sabedoria, como fez com Cristo (Lc 2,52).
Maria é a Causa de Nossa Alegria.
Um jovem procurou-me. Queria saber quem era sua mãe. Seu pai ocultou dele desde sempre. Estava angustiado. Parecia ter só metade da vida.
É uma satisfação, uma alegria ter Nossa Senhora por mãe. Por ela recebemos também de presente Jesus: Eu lhes trago uma grande alegria: nasceu para vocês o Salvador (Lc 2,19) A alegria que o evangelho mostra nas palavras e vida de Jesus pode também ser semeada ao longo de nossa própria vida. Os hábitos de devoção a Maria (orações, novenas, festas) com crianças, jovens, adultos e famílias trazem todos o mesmo sinal sensível da alegria que Nossa Senhora distribui a todos.
Recebi carta de antigo aluno bem situado em sua profissão e família. Lembrava a época de formação em sua adolescência: Obrigado por me ter ensinado a amar Maria Santíssima. Tem sido para mim uma felicidade que transmito a meus filhos.
Maria sabe muito bem preparar nossas idéias, sentimentos e desejos para o encontro com seu Filho: Para que a alegria de vocês seja completa (Jo 16,24). É missão também de Maria transformar nosso vale de lágrimas em jardim florido.
Seguindo as ladainhas vem a invocação : Maria é Espelho de Justiça.
No dicionário da vida de certas pessoas foi riscada a palavra Justiça. Outros a confundem com política. Foi palavra repetida pelos profetas e escritores dos primeiros séculos da Igreja, principalmente no sentido social. Justiça não é só dar a cada um o que é seu. É ir ao encontro dos outros respeitando o que são, o que sentem, dizem, fazem, sofrem. É vivê-la com a caridade-amor, qualidade que dá sentido a tudo.
Maria soube superar o sofrimento da dúvida de José, o edito do imperador, indo grávida a Belém, a fuga para o Egito pagão. Aceitou o julgamento dos chefes religiosos que condenaram seu Filho a morte...
A justiça clama pela igualdade dos seres humanos, pelo respeito aos direitos de todos, e pela iniciativa de ativar esses mesmos direitos. Há injustiçados que vencem sua revolta recorrendo a proteção de Nossa Senhora sobre si e sua família , buscando seus direitos sem violência.
Nossa Igreja Católica nos ensina que o Reino de Cristo, de que Maria faz parte integrante, é um reino onde se deve cultivar a verdade e o amor, que alimentam a justiça, a qual gera a paz.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O lugar da Virgem Maria na oração cristã

No Catecismo da Igreja Católica (n.2673 a 26790), encontramos reflexões e orientações práticas sobre a oração que dirigimos a Deus sob a intercessão da Virgem Maria, Mãe de Cristo Filho de Deus.
Nas orações que a Igreja Católica propõe aos cristãos, ela expressa que o Espírito Santo nos une à Pessoa do Filho Único, em sua Humanidade glorificada. Por ela e nela, a nossa oração filial comunga na Igreja com a Mãe de Jesus.(At 1, 14).
A partir do consentimento dado na fé por ocasião da Anunciação do anjo Gabriel a Maria, e expresso por Jesus quando crucificado, a maternidade de Maria se estende aos irmãos e às irmãs de seu Filho "que ainda são peregrinos e expostos aos perigos e misérias (LG 62).
Jesus é o único mediador e o Caminho da nossa oração. Maria, sua Mãe e nossa Mãe, lhe é totalmente transparente. Maria "mostra o Caminho". É seu sinal, conforme as imagens tradicionais veneradas no Oriente e Ocidente.
A partir dessa participação especial de Maria com a ação do Espírito Santo, as Igrejas desenvolveram a oração à santa Mãe de Deus, centrando-a na Pessoa de Cristo manifestada em seus mistérios.
Nos inúmeros hinos e antífonas que exprimem essa oração, sentimos dois movimentos: um "exalta" o Senhor pelas "grandes coisas" que fez com sua humilde serva e por ela por todos os seres humanos(Lc 1, 46-55). O outro confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois ela conhece agora a humanidade que em si é desposada pelo Filho de Deus.
Este duplo movimento da oração a Maria encontrou uma expressão especial na oração da Ave-Maria.
Na época da Idade Média o Ocidente desenvolveu a oração do Rosário (Terço): oração popular para os cristãos como a Oração das Horas para os consagrados.
Maria é a Orante perfeita, figura da Igreja.
Quando pela oração entramos em contato com Maria, unimo-nos com Ela ao plano do Pai, que envia seu Filho para salvar todas as pessoas.
Como o discípulo querido(João) acolhemos em nossa casa (Jo 19,27) a Mãe de Jesus, que se tornou a Mãe de todos os vivos.
Podemos rezar com ela e por ela.
A oração da Igreja é acompanhada pela oração de Maria que lhe está unida na esperança.(LG 68s).
A maneira de a Igreja conduzir a vida dos cristãos segue de perto o sentir de todo o relacionamento humano. Na maneira do viver de nossa vida de família, todos sabemos como é importante a participação da mãe na solução de qualquer problema que surja e que o pai não se sente seguro para dar uma solução. Claro não é o caso de Deus não saber resolver. Mas ele bem sabe como são nossos costumes e nossa psicologia. E assim Maria, a Mãe de Cristo, também sabe muito bem preparar nossos caminhos para que possamos cumprir a vontade do Senhor.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A Virgem Maria, Mãe de Deus, é a predileta do Senhor

Maria, judia, por sua família e pelos dons que Deus lhe concedeu, representa muito bem o povo de Deus. Hoje dizemos que ela também representa bem o Senhor junto a seu povo. Maria é a predileta, a querida de Deus. Ela recebe dele a missão de acolher para nós o próprio Filho de Deus, como seu Filho.
Embora crescendo sempre em seu relacionamento com Deus, desde sua infância, e conforme ia compreendendo melhor o plano de Deus, Maria jamais sonharia fosse ela escolhida para ser a Mãe do Salvador. Mas bem o merecia. Por isso foi escolhida.
Refletindo sobre a vida humana, cada pessoa traz em si muitas capacidades. quando as desenvolve, cria clima favorável à missão que Deus preparou para realizar a própria vida.. Assim, Maria também foi preparada por Deus. E correspondeu ao que Deus esperava dela.
Às vezes nós nos entusiasmamos com as qualidades dos santos e da Virgem Maria e esquecemos de verificar que o maior mérito não é em ter estas qualidades mas em fazê-las frutificar. É o que aprendemos com Jesus na parábola dos talentos (Mt 25,14-30). Dois fizeram render o dinheiro deixado. Um não. Escondeu e nada fez.
Nossa Senhora foi a simples criatura que mais qualidades recebeu. Mas podemos dizer que soube crescer e desenvolvê-las durante toda a sua vida. Dizer que Maria é Predileta, muito querida de Deus, não estamos só falando da escolha que Deus fez dela. Pensamos também na aceitação que ela teve de tudo o que Deus lhe deu e principalmente na resposta fiel que sempre dava ao amor de Deus por ela.
Ao anjo Gabriel que lhe pedira em nome de Deus (Lc 1, 28s) se ela aceitaria ser a Mãe do Filho de Deus, Maria responde: Faça-se em mim segundo a tua Palavra. Deus quer, eu quero também. Pois não basta sermos queridos de Deus, amados por ele. Devemos também nós querer bem a Deus e mostrar isso seguindo sua vontade..
Quem descansasse por sentir que Deus o protege e não se esforçasse para ir ao encontro de Deus, mostrando que o ama muito, por palavras e em sua vida, estaria sendo um grande egoísta.
Maria pelo exemplo de sua vida nos mostra o melhor caminho para estar sempre com Deus e conviver de maneira fraterna com todos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O lugar de Deus na participação da família

No crescimento da família concorrem vários fatores: partilha, acolhimento, diálogo, união.
Eles têm função de fazer da família não só presença de muitas pessoas que ali se encontram, mas participação de vida pelo amor que todos dedicam uns aos outros.
No decorrer da convivência entre os membros da família apresentam-se situações que preparam as pessoas para a participação depois na sociedade.
Aí então as ocasiões favorecem o cultivo da doação, confiança,verdade, alegria, compreensão, perdão, solidariedade.
Acrescem os estímulos para formar a personalidade de cada um: na solidariedade, honestidade, compromisso, justiça.
À primeira vista o crescimento moral e social não acontece com facilidade, pois cada pessoa tem a sua individualidade e suas qualidades. É normal o atrito em vários momentos.
Daí estar em família favorece a educação principalmente social, mas também moral que dá a cada um a força interior de enfrentar problemas que apareçam e a força necessária para não desanimar diante das dificuldades.
A religião apresenta a presença de Deus como Pai e Amigo, e Cristo aquele que vivendo nossa vida ensinou-nos a valorizar todas as qualidades que temos em busca de vida melhor com Deus e com todos.
A vida religiosa e de fé abre caminhos para uma convivência cada vez melhor dentro da família, ajudando a todos a se prepararem para o convívio social e profissional.
O que cada um é em sua vida pessoal recebe da família e da religião condições para preparar-se melhor para a vida.
A organização da religião em sua parte de orações e de orientações, principalmente por meio da Palavra de Deus, oferece a todos que seguem seus compromissos religiosos a possibilidade de desenvolverem sua personalidade e realizarem o ideal de suas vidas.
Sem religião, sem Deus sentimo-nos muito sozinhos e desamparados, como órfãos neste mundo.

domingo, 25 de julho de 2010

Errar é humano. Perseverar no erro afasta Deus de nossa vida

Gostamos de fazer muitas coisas, mas temos dificuldade para fazer todo o bem que queremos. Todas as religiões chamam à atenção para nossos erros. Parece que falhamos mais do que acertamos. Embora queiramos fazer tudo certo, cometemos erros. Nem sempre é má vontade e nem mesmo fazemos isto de propósito. É que enxergamos mais com idéias nossas e nossos gostos. Nossa vontade acha que pode fazer tudo o que nos atrai . Nem sempre pensamos antes de fazer as coisas.
Jesus no fim de sua vida disse que quando ele fosse preso todos o abandonariam ? (Mc 14,27) Pedro falou o que pensava e sentia: Senhor, mesmo que todos te abandonem, eu jamais farei isto. Eu nunca te abandonarei, Senhor. Jesus lhe disse: Pedro, ainda esta noite, antes que o galo cante duas vezes, você três vezes vai negar que me conhece. Pedro ainda reagiu... Naquela noite, Pedro negou três vezes que conhecia Jesus. Não queria fazer isso. Foi fraco. E se arrependeu depois. Cristo o perdoou e não voltou atrás no que tinha prometido a ele. Manteve sua palavra. Pedro continuou seguindo Jesus.
O que vale é que fazendo coisas erradas, reconsideremos, pensemos e queiramos melhorar. Em nossos pensamentos, em nosso coração, nas decisões, estejamos sempre ligados a Deus e a todos. Arrependendo-nos sinceramente do que fizemos, continuamos sempre amigos. Ajuda-nos pensar na vida em família. Um filho desobedece seus pais ou lhes causa aborrecimento, escolhendo o que está até prejudicando sua vida. Esta falta não o faz deixar de ser filho. Nem seus pais pensam assim. Há uma ligação maior que a falta. Quando ele se arrepende, pede desculpas e tenta compensar o erro. A ligação afetiva que não se rompera, se fortalece mais ainda. Quando estou diante de Deus orando, lembro-me das falhas de meu dia. Algumas coisas me prejudicaram, outras prejudicaram os outros e posso até ter-me esquecido de tanta bondade de Deus.
Em família: se um irmão ofender o outro, ele não vai só pedir desculpas ao irmão. Mas aos pais também, que não gostam de ver a desunião de seus filhos. Pois desejam que sua casa seja um ambiente de alegria, paz e felicidade.
Jesus disse que tudo o que fazemos a alguém, estamos fazendo a Ele e ao Pai de todos que é Deus.(Mt 25,40) Todo podemos errar. Mas podemos consertar o erro. Pedir desculpas, pedir perdão, e tentar melhorar, buscando a força do Senhor. A humildade é a maneira de reconhecer os próprios erros e procurar não repeti-los. Sem a humildade nós nos escondemos atrás de um orgulho que não nos ajuda a ver claro nossas falhas.
Na Bíblia, os erros das pessoas perturbam o plano de Deus sobre a realização de suas vidas. Deus se mostra muito mais interessado no bem das pessoas do que elas mesmas. Há expressões fortes que são colocadas na boca de Deus sobre os pecados, os erros de muita gente. Dão impressão de que Deus está aborrecido com elas... Mas sempre vemos que o que mais move a Deus no seu relacionamento com as pessoas é a sua compreensão cheia de misericórdia. A imagem que temos da convivência humana é a que conhecemos no relacionamento dos pais sobre os filhos ou até dos governos sobre o povo acerca dos erros das pessoas: cometeu erros deve ser castigado! Quando a posição certa é: Quem comete erros merece ser corrigido e ajudado a melhorar. Aceitar-nos a nós mesmos, conhecendo-nos como somos pode ser um bom começo para corrigir-nos de nossas falhas, contando com a ajuda do Senhor.

sábado, 24 de julho de 2010

DIFERENÇAS, FONTE de RIQUEZA e PARTICIPAÇÃO

Os contrastes nos ajudam a entender
pelas diferenças o valor de coisas e pessoas.
A sombra e a escuridão escondem algo a nossos olhos.
A luz e a iluminação destacam objetos e figuras.
A voz manifesta mais claro os sentimentos humanos.
O silêncio aguarda seu momento e sua vez.
A semente fechada em si mesma protege seu tesouro.
A planta que germina abre-se alegre ao espaço.
O sol com seus raios realiza a transformação da vida.
A chuva refresca, alimenta fontes, rios e mares.
A terra firma os passos e dá-lhes segurança.
O céu tão distante desperta a busca do infinito.
A estrada dirige os caminhos para todos.
Os muros e cercas garantem segurança.
A porta e as grades preservam os bens humanos.
O espaço livre, os campos sem fím se abrem à liberdade. O comer, o beber pelo prazer conservam a saúde.
A fome e a sede diminuem a razão da vida.
A criança desperta a renovação feliz da vida.
O adulto pensa ter já dominado sua existência.
A fé nos aproxima sempre mais de Deus nosso Pai.
A descrença faz perder o sentido do invisível.
A esperança é a certeza hoje de um amanhã melhor.
O desespero fecha as portas para o bem possível.
O otimismo enxerga melhor a beleza de cada dia.
O pessimismo cobre tudo de sombras tristes.
As montanhas nos chamam para subir sempre mais.
A planície abre-nos caminhos com mais horizontes.
O ódio destrói a si mesmo e fere a todos.
O amor comunica felicidade a si e aos outros.
As diferenças não devem nunca ser obstáculos.
Harmoniosas realizam os sonhos de fraternidade.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Educação teu nome é Paciência

Educação é o tempo de aprendizagem da pessoa. O ser humano inicia sua vida com um contato mais físico e sensível. E aos poucos através de seu relacionamento com coisas e pessoas vai conhecendo melhor tudo, guardando em sua memória as experiências que são base para pensar e para criar relações entre tudo.
Exemplo simples do desenvolver-se de nosso conhecimento: vejo um cão! A imagem do cão depois de memorizada dá-nos ocasião de relacioná-la com outras composições. Por exemplo: o latido do cão, sua mordida, suas brincadeiras etc. Assim vai acontecendo com tudo o que se vai conhecendo. O contato com cada coisa em particular nos levará a pensar, a raciocinar, juntando os elementos que possam compor um raciocínio para ajudar a conversar e a lidar com todas as coisas.
Além do conhecimento pessoal de tudo, o indivíduo entra em contato com outras pessoas. Isto lhe traz a necessidade de saber como lidar com gente! Alguém lhe faz uma pergunta. Ela irá de responder. Uma pessoa a agride com palavras ou com gestos. Ela manifestará uma reação. Pode ser de repúdio, pode ser também de agressão.
Todo este relacionar-se pede u´a maneira certa de atender. Nasce assim a necessidade de regras ou maneiras certas de pensar, sentir e agir.
O aprendizado do relacionamento humano pode ser chamado de educação ou formação da conduta humana.
Seria mais fácil cada pessoa começar a agir a partir do aprendizado da maneira correta de viver e de se entender com coisas e pessoas. Mas em cada um de nós, antes de aprendermos como fazer, já existe uma reação natural a tudo que vem normalmente de nosso próprio ser. Temos experiências pessoais disto. E nem sempre nossas reações são as melhores.
É o que chamamos de erro, de falta. Então, na maioria dos casos, a educação começa com corrigir os defeitos que adquirimos com nossas reações naturais ainda não orientadas para o bem e para o melhor.
O trabalho da educação é pois duplo: ajudar “a criança” a se corrigir dos defeitos e orientá-la a agir mais corretamente. Em todos os aspectos.
Mas a educação e a formação tem lugar durante toda a nossa vida. Sempre estamos aprendendo como realizar melhor nossos relacionamentos. Principalmente porque o crescimento e o caminhar da vida humana, de modo especial em nossos tempos, sofrem constantes mudanças. Caminhamos para o desenvolvimento cada vez maior de toda a vida humana. O progresso traz mudanças nas descobertas científicas e logo na aplicação destas na vida.
A luz elétrica, por exemplo, trouxe muita mudança na vida das pessoas e dos lugares. Os meios de comunicação de todo o tipo apresentam o uso mais rápido do tempo. A facilidade em muitas coisas do conduzir a vida humana mudou também a maneira de pensar, de sentir, de agir.
Aprender, educar-se pedem paciência, tempo, aceitação de nossos limites.

Jesus comunica-nos a vida divina

Temos capacidades para enxergar a beleza, a ordem, a harmonia do universo. Deus preparou isso como presente para nós. Nós nos alegramos com estes dons do Senhor. Mas, às vezes, esquecemos que eles não são razão de ser de nossa vida.
Quando os pais dão presente aos filhos, é para alegrá-los, fazê-los felizes. Os filhos sentindo que seus pais lhes querem bem, procuram amá-los mais. Às vezes os filhos gozam do bem recebido e esquecem os pais. Acontece assim entre nós e Deus.
O pecado original e nossos pecados tiram nossa sensibilidade para com a bondade de Deus, mostrada de mil maneiras. Deixamo-nos levar mais pela aparência agradável das coisas e esquecemos de Deus o grande doador de todos os bens.
Cristo nosso Salvador veio ensinar-nos o caminho da Verdade e do Amor sincero. Mas precisamos de uma "reforma" interior, de uma mente mais esclarecida, de uma vontade mais firme, para seguir a Verdade e Amar de fato.
No evangelho de Jo 1,16 lemos: Todos participamos de sua (do Filho de Deus feito Homem) riqueza. Recebemos muita graça de Cristo. Ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que está no Pai, é quem o deu a conhecer aos homens. Esse ver não é olhar, ver que está ali. É mais: É conhecer, conviver, participar da vida e amizade de Deus. A graça de Deus é comunicação de sua própria vida, de seu amor.
Nos Atos 4,31 sentimos o que acontece a quem recebe assim esta graça de Deus:
Todos ficaram cheios do Espírito Santo. A multidão dos que acreditavam, tinha um só coração e uma só alma (tomados inteiramente!). Era grande em todos a graça de Deus. A comunicação da vida divina transforma por dentro a todos.
O profeta Ezequiel descreve esta mudança (11,19): Eu lhes darei um mesmo coração (centro da vida). Derramarei dentro deles (no íntimo) um novo espírito. Tirarei de sua carne (vida) o coração de pedra (egoísta, fechado) e lhes darei um coração de carne(sensível, aberto) para que andem segundo os meus preceitos (sigam minha vontade). Assim serão o meu povo. E eu serei o seu Deus.
A razão de ser da vinda de Cristo à terra foi restabelecer esta comunicação com Deus. Receber de novo todo o bem que só Deus é para nós. Jesus "convenceu" o Pai de que nós iríamos atender a seu pedido de retorno.
Na parábola do filho pródigo(Lc 15,11-32) o rapaz depois de sentir o sofrimento que é fugir da presença de sua família, de seu pai – decidiu humildemente voltar. Assim por Jesus devemos voltar para a casa do Pai (confiar mais no amor de nosso Pai do céu), e receber seu abraço carinhoso. A veste nova, anel, sandália são sinais externos de que por Jesus somos sempre filhos de Deus. O Senhor jamais nos abandonará – porque seu Filho Jesus pede sempre por nós. Nós fomos salvos por Cristo. Entramos de novo na Casa de nosso Pai. E aí recebemos tudo o que precisamos para viver como filhos seus. O perdão de Deus é muito mais do que esquecer o que fizemos de errado. O perdão de Deus nos dá todo o seu Espírito de Amor que vai transformando nossa vida. Sangue novo que nos dá novas forças e disposição. Sabemos que além de tantas qualidades que nossa natureza recebeu de Deus, durante toda a nossa vida, o Senhor sempre está presente colaborando conosco para com alegria realizarmos nossa felicidade.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Cristo é o Pão vivo que desceu do céu

Com a festa de Corpus Christi - Cristo está presente em nosso meio na Eucaristia – nós católicos renovamos nossa fé na eucaristia. Cristo no evangelho de S. João afirma: Meu Pai é que lhes dá o verdadeiro pão vindo do céu. O pão de Deus é o que desce do céu e dá a vida aos homens.
E Jesus completa: Eu sou o Pão da Vida. Eu sou o Pão vivo que desceu do céu.
É um alimento que não perece, que dura para a vida eterna.
Jesus fala da Fome e da Sede no sentido de necessidade que temos dele, do Pai e do Espírito Santo. Em cada um de nós há uma busca, procura, esperança de mais segurança, de mais satisfação, de paz que nos dê tranqüilidade para realizar nossa vida.
Não há quem não deseje crescer, conhecer mais, sentir-se amado, ter a certeza de que Deus é o único capaz de ser nosso Pai e Amigo. O caminho é o próprio Jesus.
A imagem é simples: o pão, o alimento, que se transforma em vida, fazendo-se presente. Cristo sabe muito bem que nós somos como a senhora samaritana que ele encontrou à beira do Poço de Jacó na Samaria (Jo 4,7s). Parecemos contentes, satisfeitos com a vida que temos, sem maiores indagações. De repente, uma pessoa, uma palavra, um fato curioso despertam em nós primeiro a curiosidade, depois descobrimos possibilidades maiores e enfim a verdade se abre claramente diante de nós. Foi assim com a senhora samaritana. E Jesus soube conduzi-la até a mudança de vida.
Jesus apresenta as qualidades do Pão que vai dar, da Água que prepara para nós, do seu Corpo e Sangue, sua Vida, sua presença, seu Espírito de Amor.
É transformação pessoal, e preparação para se dispor pelos outros. Do íntimo daquele que beber desta água, fluirão torrentes de água viva, nascente que jorra para a vida eterna. É disposição maior e melhor de buscar os verdadeiros valores da vida.
Cristo na Eucaristia quer ser o Centro da vida humana, quer fazer de todos uma só família. Por isso inventou dar-se em alimento numa refeição, onde normalmente todos da família podem reunir-se.
A Igreja de Cristo é e se realiza na comunidade que se reúne em torno da Eucaristia. O apóstolo Paulo explicou: formamos um só Corpo, cuja cabeça é o Cristo, do qual somos partes próprias.(Ef 5,30) Quando nos reunimos para a Eucaristia, somos todos convidados para a mesma refeição, cujo alimento, o Corpo e Sangue de Cristo, realizando a presença do Senhor, realiza também a comunidade cristã.
O sentido mais real da Eucaristia é formar apóstolos, à imitação do próprio Jesus. O verdadeiro apóstolo de Jesus se ilumina e se fortalece na Eucaristia. Vai depois ser o mensageiro de Cristo, ao multiplicar da palavra e do amor do Senhor.
Quando os apóstolos chegaram com alimentos para Cristo junto ao poço de Jacó, na Samaria, ele não quis comer. Admiraram-se: será que alguém lhe deu algum alimento? E Jesus disse: Eu tenho para comer um alimento que vocês não conhecem. O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar sua obra.
Jesus estava tão contente com a conversão da samaritana que nem precisava de mais nada. A Eucaristia desperta em nós sede, fome, vontade forte de ajudar os outros. Jesus em nós, leva-nos na direção dos outros, como levou Maria para ajudar sua prima Isabel. Antigamente era assim mesmo: os que participavam da Eucaristia, ao terminar esta, levavam para suas casas roupas e alimentos trazidos para os necessitados
Traziam também a Eucaristia para seus doentes e velhos que ficaram em casa. Quem recebe Cristo tem de levá-lo aos outros.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O lugar de Deus na participação da família

Mons. Paulo Daher

No crescimento da família concorrem vários fatores: partilha, acolhimento, diálogo, união.
Eles têm função de fazer da família não só presença de muitas pessoas que ali se encontram, mas participação de vida pelo amor que todos dedicam uns aos outros.
No decorrer da convivência entre os membros da família apresentam-se situações que preparam as pessoas para a participação depois na sociedade.
Aí então as ocasiões favorecem o cultivo da doação, confiança,verdade, alegria, compreensão, perdão, solidariedade.
Acrescem os estímulos para formar a personalidade de cada um: na solidariedade, honestidade, compromisso, justiça.
À primeira vista o crescimento moral e social não acontece com facilidade, pois cada pessoa tem a sua individualidade e suas qualidades. É normal o atrito em vários momentos.
Daí estar em família favorece a educação principalmente social, mas também moral que dá a cada um a força interior de enfrentar problemas que apareçam e a força necessária para não desanimar diante das dificuldades.
A religião apresenta a presença de Deus como Pai e Amigo, e Cristo aquele que vivendo nossa vida ensinou-nos a valorizar todas as qualidades que temos em busca de vida melhor com Deus e com todos.
A vida religiosa e de fé abre caminhos para uma convivência cada vez melhor dentro da família, ajudando a todos a se prepararem para o convívio social e profissional.
O que cada um é em sua vida pessoal recebe da família e da religião condições para preparar-se melhor para a vida.
A organização da religião em sua parte de orações e de orientações, principalmente por meio da Palavra de Deus, oferece a todos que seguem seus compromissos religiosos a possibilidade de desenvolverem sua personalidade e realizarem o ideal de suas vidas.
Sem religião, sem Deus sentimo-nos muito sozinhos e desamparados, como órfãos neste mundo.